quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Liberdade (depoimento de Paula Cabeçadas)

Liberdade

Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco

Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis

Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre

Pois gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome

E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada

Meu canto se renova

E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
De um tempo justo
SOPHIA DE MELLO BREYNER

É para libertar este país do jugo da fome, é para libertar esta gente ignorada e pisada, humilhada e calcada, é para reencontrar um país liberto que no dia 26 saio à rua.
Que se Lixe a Troika! Não há becos sem saída!
Paula Cabeçadas